terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Inter perde para Mazembe e está fora da final do Mundial

O pior aconteceu. Toda a apreensão dos colorados com a estreia no Mundial de Clubes se mostrou pertinente. O africano Mazembe, até então desconhecido no cenário mundial, venceu o Inter por 2 a 0 e deixou incrédula a enorme torcida colorada em Abu Dhabi. Kabangu e Kaluyituka foram os autores dos gols que tiraram do Inter a chance de conquistar o bicampeonato do torneio mais importante entre clubes do mundo.

A equipe colorada lutou, criou chances, mas não foi capaz de colocar a bola nas redes. Na segunda etapa, assistiu ao Mazembe construir uma vitória história. O Inter está eliminado na temida semifinal. Os africanos estão pela primeira vez em uma decisão. Os colorados, atordoados, ainda tentam entender como abruptamente foram tolhidos do sonho do bi.









Pressão inicial

O Inter cumpriu o que prometeu e ensaiou durante a semana: pressionar o time africano nos primeiros minutos da partida. Com 50 segundos de jogo, depois de uma envolvente triangulação entre Tinga e Alecsandro, Sobis bateu de dentro da área com muito perigo por cima do gol. Era só o primeiro arremate de um pacote de lances perigosos do Inter no princípio do jogo.



Aos dois minutos, Wilson Matias cabeceou com perigo após cobrança de falta. O ritmo do Inter era intenso e a bola parava pouco nos pés dos africanos. No ataque, Sobis se postava como um atacante, mas sem a bola ele compunha o meio-campo, o que deixava o Inter com domínio numérico no setor. Com maior posse de bola, o time de Celso Roth passou a virar alvo dos jogadores do Mazembe. Com sete minutos, Nkulukuta fez falta dura em Guiñazu e recebeu cartão amarelo. Na cobrança, Sobis bateu por cima.

Chance com Sobis

A melhor chance do Inter no primeiro tempo também veio com o atacante. O centroavante Alecsandro inverteu de posição com Tinga e caiu na meia-esquerda. De primeira, ele colocou rasante na área. A bola passou pelo volante colorado e encontrou o pé direito de Sobis, que bateu para linda defesa do excêntrico Kidiaba.
Acuado, o Mazembe deu a sua primeira escapada só aos 15 minutos. Kabangu tocou boa bola para Nkulukuta, que soltou uma bomba. O goleiro Renam espalmou para cima. Três minutos depois, D'Alessandro cobrou falta e o zagueiro Índio apareceu livre na área. Um pouco sem ângulo, ele não conseguiu finalizar para o gol e mandou a bola de cabeça para a linha de fundo. Parecia que o gol não iria demorar a sair.

Mazembe respira e equilibra

Mas a partir dos 25 minutos, a equipe africana se assentou em campo. Abriu mão da ligação direta e passou a explorar a sua mais temida arma: a velocidade. E um lance resumiu bem a proposta do Mazembe. Depois de pressionar e roubar a bola, os africanos precisaram de três toques na bola para chegar ao gol. Quando Singuluma estava preparado para arrematar, Bolívar deu um toque providencial. A partir desse lance, a partida emparelhou.
O Inter chegou com muito perigo aos 36 minutos, quando Alcsandro recebeu grande passe de Tinga, mas demorou para finalizar e acabou batendo em cima da zaga. A resposta foi rápida. Kaluyituka invadiu a área pela esquerda em alta velocidade e bateu de bico. Renan mandou no reflexo para escanteio. No último lance da primeira etapa, quase um golaço. Wilson Mathians aparou um cruzamento de bicicleta e quase deixou o Inter em vantagem antes do intervalo.
Inter acorda para 2º tempo com gol

Mas foi no segundo tempo que a equipe africana assombrou o mundo. Desde os primeiros minutos, se mostrou melhor. Amparado nos velozes Kaluyituka e Kabangu, o Mazembe passava a ameaçar. E o gol saiu. Aos sete minutos, Kabangu dominou dentro da área e, de chapa, bateu no ângulo do goleiro Renan: 1 a 0. Mas ainda faltava muito tempo, dava para buscar o empate e virar.

Na tentativa de mudar o panorama do jogo, Celso Roth logo fez duas alterações. Tirou Tinga e Alecsandro e promoveu a entrada de Giuliano e Lenadro Damião. As mudanças impulsionaram o Inter ao ataque, mas com a vantagem no placar, o Mazembe colocou todos os jogadores atrás da linha da bola. O tempo passava e ficava cada vez mais difícil de penetrar.

A última chance

De tanto insistir, o Inter criou a chance para empatar. Giuliano recebeu livre, dentro da área e bateu de esquerda, rasteiro. A bola ia no canto, mas o goleiro Kidiaba esticou o braço e empediu o gol. Todo no campo de ataque, a equipe de Celso Roth abria brechas na defesa. E foi em uma dessas lacunas que Kaluyituka se meteu para matar o jogo.

O perigoso atacante recebeu na esquerda, pedalou para cima do Guiñazu, passou pelo argentino e bateu forte, no canto direito do goleiro Renan. Quando aquela bola tocou a rede, todos sabiam que o sonho do bi acabava de ser adiado.

MAZEMBE-RDCINTER
Muteba Kidiaba; Joel Kimwaki, Kiritcho Kasusula, Miala Nkulukuta, Amia Ekanga; Kazembe Mihayo, Mbenza Bedi, Dioko Kaluyituka, Mukok Kanda; Given Singuluma e Mulota Kabangu.Renan; Nei, Bolívar, Índio e Kleber; Wilson Mathias, Tinga (Giuliano), Guiñazu e D%27Alessandro e Rafael Sobis (Oscar); Alecsandro (Leandro Damião).
Técnico: Lamine N%27Diaye.Técnico: Celso Roth.
Mundial de Clubes, semifinal, 14/12/2010
Gols:
 Kabangu, aos 7 do segundo tempo e Kaluyituka, aos 40 do segundo tempo
Horário: 14h (de Brasília).
Local: Estádio Mohammed Bin Zayed, em Abu Dhabi (EAU).
Arbitragem: Bjorn Kuipers, auxiliado por Berry Simons e Sander Van Roekel (trio holandês).

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